Lúpus é uma doença inflamatória autoimune, desencadeada por um
desequilíbrio no sistema imunológico, exatamente aquele que deveria
proteger a pessoa contra o ataque de agentes patogênicos. Lúpus pode
manifestar-se sob a forma cutânea (atinge apenas a pele) ou ser
generalizado. Neste caso, atinge qualquer tecido do corpo e recebe o nome
de lúpus eritematoso sistêmico (LES).
Estudos recentes mostram que fatores genéticos e ambientais estão
envolvidos no aparecimento das crises lúpicas. Entre as causas externas,
destacam-se a exposição ao sol, o uso de certos medicamentos, alguns vírus
e bactérias e o hormônio estrógeno, o que pode justificar o fato de a
doença acometer mais as mulheres em idade fértil do que os homens.
Sintomas
Os sintomas dependem basicamente do órgão afetado. Os mais
frequentes são: febre, manchas na pele, vermelhidão no nariz e nas faces
em forma de asa de borboleta, fotossensibilidade, feridinhas recorrentes
na boca e no nariz, dores articulares, fadiga, falta de ar, taquicardia,
tosse seca, dor de cabeça, convulsões, anemia, problemas hematológicos,
renais, cardíacos e pulmonares.
Portadoras de lúpus eritematoso sistêmico podem ter dificuldade
para engravidar e levar a gestação adiante. No entanto, a gravidez é
possível, desde que sejam respeitadas algumas medidas terapêuticas e mantido
o acompanhamento médico permanente.
Diagnóstico
O “American College
of Rheumatology” estabeleceu onze critérios para o diagnóstico
do lúpus. A manifestação simultânea de pelo menos quatro deles caracteriza
a doença:
* Pequenas feridas recorrentes na boca e no nariz;
* Manchas na pele, especialmente quando exposta ao sol;
* Lesão avermelhada e descamativa com o formato de asa de
borboleta, que surge nas laterais do nariz e prolonga-se horizontalmente
pelas faces;
* Fotossensibilidade;
* Artrite – dor articular assimétrica e itinerante, especialmente
nos membros superiores e inferiores;
* Lesão renal, que evolui rapidamente para insuficiência renal
progressiva;
* Lesão cerebral – convulsão (muitas vezes atribuída a outra doença
neurológica), ansiedade, psicose e depressão;
* Serosite – inflamação da membrana que recobre externamente os
pulmões (pleura) e o coração (pericárdio);
* Anormalidades hematológicas ou penias;
* Anormalidades imunológicas;
* Fator antinúcleo (FAN) positivo.
Tratamento
Existem recursos terapêuticos que ajudam a controlar as crises e a
evolução da doença.
Os corticoides modernos apresentam menos efeitos colaterais e a ciclofosfomida,
imunossupressor usado nos transplantes, tem-se mostrado eficaz para controlar a formação dos complexos imunes.
Os corticoides modernos apresentam menos efeitos colaterais e a ciclofosfomida,
imunossupressor usado nos transplantes, tem-se mostrado eficaz para controlar a formação dos complexos imunes.
Outra conquista importante é a plasmaferese utilizada para eliminar
os complexos imunes circulantes e regredir as lesões renais e cerebrais.
Recomendações
* Pacientes com lúpus devem evitar a exposição ao sol e usar
protetores solares o dia todo;
* Os anticoncepcionais são contra-indicados, porque o aumento dos níveis
de estrógeno pode desencadear surtos da doença;
* Portadoras da doença que desejam engravidar devem seguir rigorosamente
a orientação medica e dar preferência aos períodos de remissão das crises;
* O consumo de álcool, cigarro e outras drogas é absolutamente
contra-indicado;
* Respeitadas as limitações que possam ocorrer durante as crises, a
atividade física deve ser mantida com regularidade.
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